
31 de jul. de 2020 por Andrei Vitorio
5 impressões sobre o núcleo jovem do Celtics nos amistosos
O Celtics finalizou nesta terça-feira, 27, a série de três amistosos na bolha da Disney, antes do reinício da temporada. Foram duas derrotas e uma vitória contra OKC, Suns e Rockets, respectivamente, mas não são os resultados finais que nos interessam aqui.
Neste texto haverá um breve olhar sobre nossos prospectos, com 5 impressões deixadas em quadra nesses jogos amistosos.
1. Tremont Waters está pronto, adeus Wanamaker.
Novato do ano na G-League, o baixinho de 5'11" continua impressionando a todos.
Waters demonstrou grande capacidade de envolver seus companheiros no ataque, uma boa distância nos arremessos de 3 pontos e também grandes habilidades para chegar até o aro e finalizar.
Um verdadeiro pesadelo para as defesas adversárias se vier do banco, Tremont conseguiu colocar seus companheiros em boas oportunidades para pontuar, além de demonstrar grande facilidade em manipular defesas e atacar suas fraquezas.
Sem dúvidas, Tremont Waters está a grandes passos de conseguir um contrato garantido com o Boston Celtics na próxima temporada e isso não deve ser bom para Brad Wanamaker, que é o nome mais fácil de ser cortado entre os guards.
2. Robert Williams não quer resumir sua participação ofensiva em finalizar ponte-aérea.
Sempre que falamos sobre Robert Williams lembramos os grandes momentos defensivos contra Anthony Davis ou das enterradas. É do conhecimento de muitos tais características, mas o que vimos nos amistosos foi um jogador muito mais ousado ofensivamente.
Rob não exitou em arremessar do mid range — claro, por ser um amistoso é natural que se ouse mais—, faceups e situações de handoffs. O jogador já vem há alguns meses trabalhando no seu chute, mas só agora pôde demostrar certa evolução.
A eficiência dessas jogadas é algo a se discutir depois que se tornarem mais naturais, mas é evidente que o jogador está em um caminho certo para melhorar seu jogo.
3. Carsen Edwards precisa de tempo (e confiança).
É verdade que Edwards fez uma metade de temporada bem abaixo do que esperávamos, mas sua passagem na G-League e o que vimos nos amistosos nos deixa esperançosos para o futuro.
O que fica claro é que Edwards precisa de tempo de jogo e espaço para desenvolver suas jogadas. Até na Disney, fez sua melhor partida quando teve essas oportunidades: 19 pontos (com direito a pôster no Harden) vs. Houston.
Neste jogo não vimos um Carsen acanhado e reclamando a cada cesta não convertida. Pelo contrário, Edwards continuava confiante nos seus chutes mesmo quando não caíam, o que o fez terminar o jogo com 44% de aproveitamento, convertendo 8 dos 18 arremessos de quadra.
4. Grant Williams é nosso novo coringa e pode ser útil no ataque.
Quem viu Grant desde o início da temporada sabe como ele mudou esse time do Celtics. No elenco, Williams é nossa única opção para um 'small ball' e assim tem sido usado nas rotações do Stevens.
Duas características antes não exploradas fez-se bem útil nesses amistosos: pontuação na média distância e velocidade em transição.
Primeiro, Williams vinha sacrificando seu jogo ofensivo em prol do esquema de Stevens, mas agora finalmente parece ser uma boa hora para explorá-lo no ataque. Grant pode ser o principal pontuador de média distância quando Hayward não estiver em quadra, ter jogadas para colocá-lo no post e explorando mismatchs através de bloqueios, assim dando uma maior variação ofensiva a equipe do Celtics.
Segundo, a sua transição. Williams mostrou-se muito rápido em cruzar à quadra ofensiva logo após pegar rebotes, dando maior dinamismo ao jogo e mais tempo para planejar o ataque. Vale ressaltar que o Celtics é apenas o 17º na liga em pace, algo muito importante para a NBA atual.
Com isso, Grant Williams será uma peça muito importante não só no futuro, como também na atual temporada. Um jogador fundamental para times que desejam vencer a liga.
5. Romeo Langford é um exímio defensor, mas talvez demore para contribuir no ataque.
Antes da pausa vimos muito do que o Langford pode entregar na defesa, bons instintos e bom tempo para tocos, isso se confirmou nos amistosos na Disney, mas queríamos algo além disso.
Langford tem um grande arsenal para finalizar no aro, absorvendo contato e até da média-distância, mas ainda tem um sério problema em ficar plantado no corner. Falta iniciativa do nosso ala de buscar a bola e partir para a infiltração. Por enquanto, Langford tem se limitado a atacar os espaços vazios ou aguardar ficar aberto para um chute de 3 pontos.
Romeo é um novato e é absolutamente normal passar por essa situação no time de Brad Stevens — foi assim com Jaylen Brown até Avery Bradley se machucar.
Ao menos nesse restante de temporada, vamos apenas apreciar Langford fazendo grandes posses defensivas, mas não se engane: ele tem um teto ofensivo muito alto. Fique atento ao desenvolvimento.
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