11 de fev. de 2018 por kami_padilha
#ThankYouPaul

Coube a mim, uma das mais experientes (para não dizer mais velha) do blog, falar sobre o cara que vai ter a camisa aposentada nesse dia 11 de Fevereiro.
O mito. A verdade. Paul Pierce.
É curioso, porque me peguei pensando no porquê me tornei
torcedora do Celtics. E tenho certeza de que ele foi uma peça chave na minha
decisão de torcer pelo time verde de Boston.
Senta que lá vem a história.
Eu sempre gostei de basquete. Quando pequena, no auge do
Jordan, todo mundo torcia pelos Bulls. O tempo passou e eu comecei a acompanhar
melhor a NBA em 2005, ainda sem time e sem muitas pretensões.
Foi na temporada 2007/2008 que a paixão pelo Celtics bateu.
Não só pelo título, mas também por aquelas finais. Aqueles foram jogos épicos, meus amigos! E foi nessa temporada que o Pierce me fez ser
uma celta.
A energia que ele imprimia em quadra, a maneira moleque com
que jogava... isso me encantou! Sem fazer média, eu reconheço que ele era
catimbento mesmo, cavava faltas, provocava, vibrava... e acho que isso fez com
que toda a torcida de Boston adorasse ele.

Fica aí uma das características dessa torcida: fomos
acostumados a ver pessoas se doarem em quadra. Como Bill Russell, em 1960, que
jogou com cãibras e anotou 51 rebotes em
um jogo. Há pouco tempo, vimos também o incrível Larry Bird, com todos os seus
feitos inacreditáveis e aquele famoso “trash talk” e as provocações, que sempre
extraem o melhor de seus adversários. Os torcedores do Boston Celtics não
querem ver um jogador cheio de técnicas e bons números. Queremos ver energia,
suor, doação, provocação e, se possível, títulos, é claro!
Com a aposentadoria de Bird, o Celtics ficou sem nenhum
grande ídolo por um período. Isso até a vinda do garoto Paul Pierce, draftado
em 1998. E a história dele no Celtics, amigos, realmente é coisa de filme!
Apenas dois anos após ser draftado, em 25 de setembro de
2000, Pierce estava em uma balada e foi covardemente atacado.
Quebraram uma garrafa na cabeça dele e deram “apenas” 11 facadas no rosto, costas e pescoço. Ele foi socorrido e não teve nenhuma lesão muito grave, tanto é que jogou todas as 82 partidas da temporada 2000/2001.
Quebraram uma garrafa na cabeça dele e deram “apenas” 11 facadas no rosto, costas e pescoço. Ele foi socorrido e não teve nenhuma lesão muito grave, tanto é que jogou todas as 82 partidas da temporada 2000/2001.
Foi em 2001 que Pierce ganhou o apelido “The Truth”. Quem
criou essa alcunha foi ninguém menos que Shaquille O’Neal. Isso aconteceu
depois de um jogo entre Lakers e Celtics onde Pierce fez 42 pontos. Em uma
entrevista após o jogo, Shaq afirmou: "Take this down. My name is
Shaquille O'Neal, and Paul Pierce is the motherfu**ing truth. Quote me on that,
and don't take nothing out."
E Shaq tinha razão: o menino era mesmo a ***** da verdade!
O talento de Pierce se destacava e ele precisava de
parceiros. Então, Danny Ainge fez sua mágica, trouxe Kevin Garnett e Ray Allen
e eles formaram o “Big Three” do Celtics. A química entre eles era palpável.
Garnett, inclusive, chegou a dizer que, quando eles entraram em quadra pela
primeira vez, já parecia que eles jogavam juntos há 20 anos.
E na temporada 2007/2008 eles fizeram história! Que baita
ano! Como diria Juca Pirama, “Meninos, eu vi!” (eu disse no início do texto que
eu era a mais velha, né?).
Eu vi o Pierce provocar os adversários, levantar o TD
Garden. Também o vi calar o ginásio, quando, no primeiro jogo das finais, ele
caiu e sentiu o joelho, mas voltou e nos
levou a primeira vitória nas finais. Eu vi Pierce jogar e recomendo a todos os
jovens fãs do Celtics que pesquisem no Youtube para ver, com seus próprios
olhos, o que esse homem fazia em quadra.
Sinceramente, eu respeito muito o Kobe Bryant e tudo o que
ele fez, mas um grande jogador precisa de um grande rival e Kobe teve um rival
a sua altura! As disputas entre Pierce e Kobe eram excelentes, não só em 2008.
Em todos os embates entre os dois saíam faíscas e foi isso que me fez admirar
ainda mais o Pierce. Ele era “moleque”, jogava incrivelmente bem, foi MVP das
finais em 2008 e ainda exalava confiança e provocações!
Esse é o Paul Pierce! Ele conseguiu unir aquilo que as
lendas do Celtics tinham de melhor: a persistência de Bill Russell com a
técnica e “trash talk” de Bird!
Hoje, os Celtics aposentam sua camisa e selam o fim de uma
era vitoriosa e cheia de bons momentos.
Pierce é merecedor de tudo e mais um pouco: não teve jogador como ele no
Celtics e acredito que não vá ter! Ele era único e é isso que faz ele especial!
O que achou? Deixe sua opinião!