5 de out. de 2017 por Orion Neri

Não aprendi a dizer adeus...


A nova temporada da NBA se aproxima e com a sua proximidade vieram mudanças!

Para nós, celtas, o que não nos era esperado é que essas tais mudanças seriam tão sentidas pelos nossos corações. Claro, despedidas sempre são difíceis.

No dia 4 de julho, dia da independência nos EUA, o texto de Gordon Hayward no The Players Tribune intitulado "Thank You, Utah" nos dava a certeza de que ele se tornaria um de nós e de que a tal "Thomasdependência" não seria tão sentida nas quadras do TD Garden.

Porém, minutos depois do grande anuncio veio o nosso primeiro baque. Kelly Olynyk, o bad boy loiro mais soft, se tornaria agente-livre irrestrito e daria adeus à cidade e aos torcedores que em quatro longos anos, aprenderam a ama-lo e, acima de tudo, respeita-lo.

Seus chutes de 3 que nos ajudaram tantas vezes, seu cabelo sedoso, seus pontos e passes que fizeram vibrar tantas vezes, seu companheirismo em quadra, seu carisma, seus sempre bons jogos contra os Warriors, seus blocks inesperados  e, é claro, aquele jogo sete contra o Wizards... sim, a atuação como principal personagem de toda a série que nunca vamos esquecer. Tudo isso nos deu certeza que estávamos perdendo um dos melhores role players e companheiros de quadra de toda a liga.

Porém era necessário...

Deixo meu até logo Kelly, e meu muito obrigado!


Como se aquele golpe não fosse necessário, dias depois, sem dúvidas o mais sofrido, inesperado e para alguns inexplicável golpe estava por vir. Na manhã do dia 7, rumores atrás de rumores apontavam de que o Celtics trocariam nosso menino crescido, Avery Bradley.

Alguns minutos depois, o tweet de Shams Charania confirmaria tudo:

"Sources: Detroit sending forward Marcus Morris to Boston for guard Avery Bradley"

Estava feito. O último jogador que viveu os dias de glória de Pierce e KG, era trocado junto à uma pick de segundo round por Marcus Morris, um jogador que será extremamente útil para a equipe e que enche os olhos de Brad Stevens, mas é inegável que não possui a mesma qualidade do nosso AB.

Mas, como dito antes, o Celtics se desfazia do seu filho com mais tempo de casa.

Foram sete anos. Nós acabávamos de perder o jogo 7 das Finais de 2010 para o Lakers, e Danny Ainge trouxe o garoto na escolha 19 daquele recrutamento. Ele mesmo classificou AB, naquela noite, como um jogador muito esforçado e com bom atleticismo.

E já naquele estilo de não fazer muito barulho, Bradley chegou em um Celtics cheio de estrelas e jogadores com certa experiência na liga, além do conhecido Big Four, a equipe havia adicionado Shaquille O'Neal e contava também com nomes como Nate Robinson, Delonte West, Jermaine O,Neal, Glen Davis, Kendrick Perkins, entre outros.

Avery aceita o seu papel na equipe e começa a trabalhar para ganhar minutos e, principalmente, a confiança do Coach Rivers. Mesmo assim, ele variou entre Maine e sua falta de espaço no Celtics, jogando apenas 31 jogos naquele ano com cinco minutos de média.

Na temporada seguinte após a greve geral dos jogadores e sua rápida passagem pelo Hapoel de Jerusalém, Bradley simplesmente coloca Ray Allen no banco, e a partir dessa mudança ele inicia a caminhada para se tornar um dos melhores defensores da liga e um dos jogadores mais subestimados também. Mesmo com problemas de lesões, Avery nos trouxe momentos lindos nos dois anos seguinte. Como aquele block histórico em Wade e os steals naquele jogo 6 contra o Knicks, que acabou sendo o último de Pierce e Garnett com a camisa verde.


Depois da trade com o Nets, a chegada de Brad Stevens foi fundamental para o crescimento dele. Bradley evoluía praticamente todos os seus números ano após anos, crescia no ataque e era o único que não deixava os armadores adversários terem vida fácil quando jogavam no TD Garden.

Após as duzentas trocas da temporada 2014-15 que aceleraram o processo de reconstrução,  e levaram Rajon Rondo mas trouxeram Isaiah Thomas e Jae Crowder à Boston, transformaram esse time do Celtics em uma equipe à ser notada. Thomas assumindo o ataque, Bradley como o pilar da defesa, a chegada de Horford dois anos depois para ser o grande facilitador e, é claro com Brad Stevens dando cada vez mais cara à esse time.

Bradley ajudou muito esse time à chegar onde chegou, sempre com aquele jeito tranquilo e trabalhador. O menino, esforçado e de bom atleticismo, cresceu. Se tornou um dos defensores mais temidos pelo guards da liga.

Nós, torcedores, sem dúvida nenhuma, amávamos vê-lo em quadra sangrando o orgulho celta.

Amávamos ver e rever os lances dele defendendo Kyrie Irving, Carmelo Anthony, Stephen Curry...

Amávamos vê-lo acertando bolas de 3, beijando as mãos e agradecendo aos céus...

Porém, por motivos de cap e para que o Celtics pudesse dar o próximo passo, era necessário.


Enfim, não resta muito mais o que falar sobre ele. Claro, que outras saídas também serão sentidas como as de Jerebko, Amir e a do Green mas, não como a dele.

E com uma leve lágrima verde querendo sair dos meus olhos, eu me despeço e agradeço ao nosso camisa 0. Espero voltar a ver ele vestindo essa camisa verde um dia.



THANK YOU, AB!!
O que achou? Deixe sua opinião!

Nenhum comentário:

Postar um comentário