18 de out. de 2017 por Leonardo Henrique
Análises Boston Celtics - Jayson Tatum

Na semana do draft, uma movimentação estranha causou impacto na liga. O Celtics, ganhador da loteria, desceu a escada do recrutamento, abdicando do talentoso armador Fultz para recrutar o ala Tatum, ressuscitando o debate entre recrutar o dito melhor jogador ou aquele com o melhor encaixe. Apesar disso, as promessas do GM Danny Ainge costumam vingar e as expectativas sobre o rookie são altas.Jayson vem de seu ano de calouro - outra indicação de seu potencial - em Duke, universidade multi-campeã e com tradição ao revelar estrelas. Kyrie Irving, que vem desempenhando papel fundamental no suporte ao novato na off season, é mais uma jóia da Carolina do Norte.
A temporada no College não foi tão brilhante quanto se esperava, afetada por uma lesão no pé direito que o tirou dos primeiros jogos. Quem imaginava o freshman guiando os Blues Devils rumo ao Final Four e ao título da NCAA, acabou vendo uma equipe aquém e liderada pelo segundanista Kennard. Os resultados em quadra, porém, não impediram que a 3ª escolha de 17-18 fosse eleito para o 3º time “ALL ACC” e para o 1º time de calouros com médias de 16,8 pontos, 7,3 rebotes e 2,1 assistências, além de 1,3 roubos de bola e 1,1 tocos.
Estatísticas de quadra à parte, foi a notável capacidade atlética que encantou Ainge e Stevens. Altura e estatura, ambas de grande porte, colocam o jovem de St. Louis como um dos novatos mais preparados para o jogo físico da liga. Outro aspecto marcante de seu jogo é a qualidade nos arremessos de média distância e lances livres, o que não o isenta de uma crítica a seus arremessos de fora do perímetro, cujo aproveitamento ainda pede melhoras. Sua propensão a jogadas de isolação com uma qualidade ímpar de drible entre seus colegas de draft justificam seus números menores de assistências. Reboteiro, aproveita esse fato para iniciar a transição com grande velocidade.

Com diversos times da NBA caminhando para um Small Ball focado no tiro de três, Jayson pode ter uma surpresa no roster celta: deslocando Horford para o centro do garrafão na posição 5, Tatum se depara com a titularidade na posição 4 no começo da temporada. Sabendo que um quinteto inicial com esse desenho proporciona um jogo fluido com a assinatura do coach, cabe uma contestação: apesar de bom defensor, a pressão a que será submetido como ala pivô ao marcar os big mans da liga pode comprometer um time que já conta com deficiências defensivas de seu armador. Deve- se confiar, por outro lado,nos encaixes de Brad Stevens, que cada vez mais se consolida entre os grandes.
Jayson chega a um time em renovação, muito talentoso e que está pronto para disputar a final e o título da NBA, e ainda assim possui média de idade para se preparar para um futuro sem LeBron James e sem o Big 4 de Oakland. Em uma franquia vitoriosa que recentemente mostrou o auge de Paul Pierce na posição, ídolo a quem Tatum é frequentemente comparado, como o “Next The Truth”, o novato pode esperar ser parte fundamental de um time competitivo e campeão durante muitos anos.
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